São Paulo tem muito de Ásia fora do circuito óbvio. Em ruas tranquilas ou esquinas movimentadas, surgem salões de chá, izakayas, confeitarias de inspiração japonesa e mercearias que contam histórias de imigração no detalhe da louça, no gesto do serviço e no cuidado com os ingredientes.
É um passeio para quem gosta de sabor, ritual e conversa boa — e que rende memórias sem pressa.
Bairros além da Liberdade
Na Vila Mariana e na Aclimação, os salões de chá priorizam silêncio e técnica: cartas caprichadas, água na temperatura certa e folhas que evoluem a cada infusão.
Em Pinheiros e na Vila Madalena, o clima é mais descolado — cafeterias que também tiram matcha com precisão, vitrines de doces finos e prateleiras com utensílios para montar o seu cantinho de chá em casa.
A graça está em alternar esses dois mundos no mesmo dia.
Se programe e compre sua passagem de ônibus para São Paulo para se aprofundar nas diferentes culturas que tem como tradição o chá.

Izakayas, ramen e botecos japoneses
Portas discretas revelam balcões acolhedores. Espetinhos de yakitori saem fumegantes, o karaage chega sequinho, o tamago sando vem fofo, e há tigelas de ramen pensadas para noites frias.
Sente no balcão, observe o preparo, pergunte sobre o dashi do dia e peça uma indicação de saquê ou highball. Quando a cozinha é aberta, o serviço vira espetáculo: panelas em coreografia e pratos que chegam no ponto.
Doces, confeitarias e wagashi
Dorayaki macio, choux recheado de creme de matcha, castella bem aerada, mochi com frutas da estação.
Muitas casas trabalham com lotes pequenos: acabou, acabou. Passar no início da tarde ajuda a pegar a vitrine completa; se estiver em dúvida, peça um combo degustação e compartilhe, assim dá para explorar texturas e técnicas em poucos “bites”.
Salões de chá taiwaneses e chineses
No gong fu cha, tempo e atenção comandam a mesa. A louça é aquecida, as folhas “acordam” e a bebida muda de caráter a cada rodada. Experimente oolong frutado, pretos mais maltados e herbais da casa.
Pergunte sobre água, tempo de infusão e serviço para iniciantes; muitos lugares oferecem mini-oficinas que ensinam o essencial para repetir o ritual em casa.
Como chegar e se deslocar
Quem vem de outra cidade pode manter o roteiro leve e o bolso sob controle viajando por estrada.
Consulte horários e valores da sua passagem de ônibus e desembarque nos terminais Tietê ou Barra Funda, ambos conectados ao metrô e a partir deles você alcança os bairros do roteiro com rapidez.
Roteiro prático de um dia
Comece a manhã em Pinheiros com um matcha bem tirado e uma passada numa mercearia asiática.
Almoce leve em um izakaya de menu do dia e siga para a Vila Mariana para um serviço de chá completo.
No fim da tarde, doce na Aclimação, wagashi para acompanhar e uma caminhada pelo bairro.
À noite, escolha entre um ramen reconfortante ou uma segunda rodada de petiscos no balcão. Em casas concorridas, chegar cedo evita lista de espera.
Etiqueta, reservas e melhores horários
Nos salões de chá, fale baixo e evite perfumes fortes: os aromas competem com a bebida.
Em izakayas, o balcão é rei, deixe o chef sugerir a sequência e abrace o improviso do cardápio do dia. Reserve quando possível; se a casa não aceitar, anote o nome, explore a vizinhança e volte quando chamarem.
Em qualquer parada, pague com calma, agradeça, troque ideias: boas dicas nascem de conversas rápidas.
Para fechar com calma
Fora da Liberdade, a São Paulo oriental aparece nos detalhes: chá servido no ritmo certo, sobremesas precisas e uma hospitalidade que convida a ficar mais um pouco.
Vá com tempo, leve curiosidade e um espaço na mochila para folhas, utensílios e lembranças comestíveis. Em casa, cada xícara vai trazer de volta o passeio.
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